
Nenhum estabelecimento encontrado em pousadas na cidade de Outeiro - PA.
Hoje fico a pensar quantas coisas se passaram em minha vida em Outeiro. infância, juventude, jamais esquecerei desta terra tão querida e nunca esquecida. ontem, lá, tudo era pacato, o vai e vem das ondas das praias, o friozinho das madrugadas , vento e a floresta estão em pé, praias a grande e do amor, as rochas da prainha tão expostas, a fubica do manduquinha, as brincadeiras de pique bandeira e a corrida ao igarapé grande ou da tia anastácia. hoje, o vai e vem dos moradores, as ruas encobertas e já são tantas que às vezes nem mais reconheço a Brasilia, a poluiçao, o descaso das autoridades competentes e o tráfego desgastante. incrível!! é a evoluçao da contemporeineidade. os amigos que ali deixei, poucos ainda se encontram a querida iracema e a maria felipa, esta última faz tempo que não a vejo, poxa vida!!! boas recordaoes estão bem cravadas . a escola de Outeiro como era chamada, a igreja nossa senhora da conceiçao, que já tomou outra forma, isso mesmo, outra forma, pois os fiés que antes eram contados, hoje nem mais se contam. Outeiro, terra querida, por onde ando, te recordo como alguém que tanto ama e sente orgulho de sua terra natal. Outeiro das noites alegres, das dramatições nos palcos da casa de dona clemencia ou até mesmo em frente da igreja, e por que não escrever dos shows que alegravam a minúscula população de ontem e dos filmes imaginados, das estorinhas, enfim... e as rizadas da maria nita recordo. saudades, das coisas boas que se passaram, enfim, esta é mais uma das lembranças de Outeiro.
Por: maria mirtes cortinhas dos santos
A menina de Outeiro, uma pequena história de
vida.
Outeiro, a ilha mágica, a minha terra querida, foi lá onde nasci, onde passei bons momentos de minha infância e adolescência. Jamais esqueço as brincadeiras de pique-bandeira, de estátua, das pastorinhas, dos blocos de carnaval, das disputas de futebol de campo e de voleibol com meus irmãos e com os colegas. E
não posso deixar aqui de registrar a corrida ao igarapé grande. Boas recordações!!! Lembro perfeitamente do zunido das ondas das praias, a
grande, a prainha e do amor. Hoje, estou madura, mas todas às vezes que retorno à Outeiro as lembranças voltam à tona, é como voltasse ao passado e querer permanecer neste passado. E o que dizer do meu pé de cajueiro, que com suas folhas verdinhas e os frutos tão saborosos, me deixava a ficar horas e horas contemplando sua real beleza. E, que sempre buscava em suas sombras acolhida para poder estudar; e meu pensamento transportava para aquela arvorezinha
tão querida, o meu pé de cajueiro, como o batizei. Ele era a minha
inspiração e meu aconchego. Ficava horas contemplando, suas folhas que com o balanço do vento sacudiam e de vez enquando uma caia e ficava ali em
minha frente, como quisesse me dizer: eu faço parte de tua história. Muito compenetrada e muito feliz por ter uma árvore que me transportava paz e me inspirava os meus distintos sonhos. Perdia até noção do tempo, ao me debruçar nas lições de matemática, de português, de moral e cívica, de ciências deixadas pelos meus professores da escola reunida de Outeiro, como era chamada, ao pé
de meu cajueiro. Ao passar hoje em frente a esta escola, sinto uma energia imensa é como meu corpo flutuasse em tantas recordações:
o horário do recreio, a canjica da dona guilhir, aquela sopa tão
gostosa ao comando de dona georgina; as lições da tabuada, os
cochichos da colega irecina, e a imponência de querer tirar a
melhor nota na turma. seria um certo exibicionismo ou a força de
querer realizar um do mês sonhos? talvez, as duas coisas se
aglutinasse para um único caminho, auxiliado pelos incentivos de
minha mãe, a maria nita, como era chamada. esta por sinal, sempre
me ditava palavras de incentivos e exclamava com sua voz firme
“que a forma das pessoas se libertarem das amarras das dificuldades
seria por intermédio dos estudos” e eu ficava ali em pé a sua frente
refletindo como eram sábias as palavras de minha mãe. jamais
esquecerei desta mulher que me deu a vida e que lutou por mim, me
incentivou para o caminho do bem. sou grata a seus ensinamentos.
nestes escritos, não posso esquecer a figura de meu pai, um
homem que se dedicou na manutenção de não querer que faltasse
nada em casa, embora com certa dificuldade, desdobrava-se dia e
noite, mas nunca, jamais me deixou sem o alimento necessário do
dia-a-dia. estes pequenos escritos embora com palavras simples, mas
que se constitui parte de minha história de vida. hoje, uma mulher,
mulher que vem aos poucos na batalha e que já viveu flores e espinhos
na sua trajetória, mas que luta, luta, luta e que pode clamar em
uma voz imponente: sou aquela menina morena, de cabelos longos
encaracolados, uma filha nata de Outeiro, que o tempo fez desta
menina uma mulher que com seus brios deixa transparecer sua
vaidade e sua humildade.
santarém pa, 31 de março de 2016 às 01;17
por mirtes cortinhas
Por: MIRTES CORTINHAS